Arte Romana
A arte romana sofreu duas fortes influências: a da
arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida e a da
greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza.
Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos
deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções. Deixaram
também belos bronzes e o sentido do retrato.
Mas, só a partir do século II a.C. é que se começa
a manifestar a Arte Romana e no decorrer de mais de 500 anos que se seguiram,
com a contínua troca entre a metrópole e as cidades que fizeram parte do
Império, uniformizaram o estilo e a força da Arte Romana que veio a ser a pedra
fundamental de todos os períodos posteriores.
Após a grande influência grega, os romanos
acrescentaram talentos administrativo e eficiência, deixando o estilo grego
mais intelectual e idealizado para um estilo secular e funcional.
ARQUITETURA
As características gerais da arquitetura romana
são:
- busca do útil imediato e senso de realismo;
- grandeza material, realçando a ideia de força;
- energia e sentimento;
- predomínio do caráter sobre a beleza;
- originalidade: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas, instalações sanitárias.
As construção eram de sete espécies, de acordo
com as suas funções:
1) Religião: Templos
Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o
templo de Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão,
construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para
reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo
romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado
do exterior onde o povo se reunia para o culto.
2) Comércio e Civismo: Basílica
A princípio destinada a operações comerciais e a
atos judiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e
leitura de editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma
igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica
inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) dividida em
várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de
Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto.
3) Higiene: Termas
Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e
jardins, as termas eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas
de Caracalla (215 d.C) que, além de casas de banho, eram centro de reuniões
sociais e esportes.
4) Aquedutos
A presença de pontes e aquedutos na região central
da Itália de hoje e em todas as regiões do imenso Império Romano, são mostras
dos empreendimentos de utilidade pública.O aqueduto de Ponte-du-Guard, na
França é testemunha até os dias de hoje da habilidade dos construtores romanos.
5) Divertimentos:
a) Circo: extremamente afeito aos divertimentos,
foi de Roma que se originou o circo. Dos jogos praticados temos: jogos
circenses, corridas de carros; ginásios, que incluía o
pugilato; jogos de Troia, aquele em que havia torneios a cavalo; jogos
de escravos , executados por cavaleiros conduzidos por escravos. Sob a
influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só surgiram pelo ano
264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o “Circus Maximus”.
b) Teatro: imitado do teatro grego. O principal
teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis.
c) Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as
lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser
apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro significa teatro de um
e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros
romanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam
dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de colunas gregas (de baixo
para cima: ordem dórica, ordem jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na
verdade eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas.
Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de
ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40.000
pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé.
6) Monumentos decorativos:
a) Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em
homenagem aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco
de Tito, todo em mármore, construído no Fórum Romano para comemorar a tomada de
Jerusalém.
b) Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de
Trajano, com seu característico friso em espiral que possui a narrativa
histórica dos feitos do Imperador em baixos-relevos no fuste. Foi erguida por
ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e os
partos.
7) Moradia
A domus era a residência urbana
das famílias abastadas na Roma Antiga, e, portanto, na sua maioria,
das patrícias, nome pela qual é denominada a nobreza romana. Há também
a domus da plebe, onde
habitavam comerciantes e artesãos romanos, ainda que as
suas residências não fossem grandes, suntuosas e sofisticadas como as dos
patrícios. Os cidadãos com menos posses, membros da plebe, viviam em casas
alugadas, as insulas, apartamentos exíguos e sobrepovoados situados em
prédios de vários andares.
No campo, as casas das famílias patrícias tinham o
nome de villae (singular: villa). A domus dos
patrícios era uma propriedade grande, sofisticada e luxuosa em
regiões residenciais em meio a cidade.
A palavra deriva de dominus, nome por
que eram designados os chefes das famílias patrícias.
A erupção do Vesúvio, no ano de 79,
sepultou sob as suas cinzas as cidades de Pompeia e de Herculano.
O estado de conservação de muitas habitações é excelente, pelo que foi possível
aos arqueólogos ficar a conhecer profundamente a sua arquitetura.
A domus desenvolvia-se na
horizontal, embora pudesse haver um segundo piso. As divisões que davam para a
rua, denominadas tabernas (tabernae), eram geralmente arrendadas a
terceiros, sendo usadas como lojas ou oficinas. Não haviam vitrines, como nos
dias de hoje, e a taberna abria diretamente para a rua. Por vezes,
os comerciantes ou artesãos alugavam igualmente o segundo
piso, onde viviam com a sua família.
Ao entrar na casa de habitação, o visitante era
conduzido pelo vestíbulo (vestibulum), o qual se abria para
o átrio (atrium). O teto deste possuía uma abertura central,
o complúvio (compluvium), por onde entrava a água da chuva, que era
recolhida no implúvio (impluvium),
uma cisterna quadrangular no centro do átrio. Elemento central
da domus era no átrio que eram colocadas as imagens dos
antepassados (imagines maiorum) e que o patrono vinha saudar os
seus clientes ou convidados.
Em seu redor articulavam-se as outras divisões: os
pequenos quartos de dormir (cubiculum), a sala de jantar (triclinium),
a sala principal (tablinium), onde o pater familias tratava
dos seus negócios, e a cozinha (coquina ou culina). Havia
ainda o lareira (lararium), divisão destinada ao culto das
divindades domésticas (Lares e Penates) e dos familiares falecidos
(Manes).
Ao fundo da domus encontrava-se
por vezes uma área reservada aos banhos e um pequeno jardim (hortus),
geralmente decorado com uma fonte.
A domus não tinha vista para a
rua. As janelas eram muito pequenas, a fim de proteger a casa de ruídos, do
frio (o vidro era uma raridade) e, sobretudo, dos ladrões. Em
consequência, as divisões recebiam luz solar essencialmente do complúvio
ou do peristilo. Algumas casas tinham não só água canalizada, mas também
aquecimento central (ohipocausto).
As paredes e, por vezes, o teto eram decorados
com afrescos. O chão era pavimentado com tijolos
de terracota, mosaicos ou mármore, dependendo por um lado
do tipo de divisão e, por outro, das posses do proprietário.
Na maior parte das casas, a mobília dos cubículos
resumia-se a uma simples cama de madeira. O triclínio deve o seu nome aos três
leitos, dispostos em torno de uma mesa central, onde os comensais comiam
reclinados.
Geralmente a cozinha era uma divisão
diminuta com um pequeno fogão de pedra, ficando a preparação das refeições
a cargo dos escravos.
Não haviam espaços próprios para os escravos. Estes
circulavam em toda a casa e à noite dormiam à porta do cubículo do seu senhor.
Também as mulheres não estavam confinadas a quaisquer aposentos, dedicando-se
às suas atividades no átrio ou em outras divisões, quando os homens saíam para
o fórum. Não havia igualmente uma distinção clara entre espaços domésticos
privados e os públicos.
PINTURA
Escavações cientificas em meados do século
XIX, na região de Pompéia e Herculano que foram soterradas pela erupção
do Vesúvio em 79 revelaram não só objetos triviais deixados pelos seus
moradores, mas também residências inteiras com pinturas de natureza morta e
paisagens realistas em todas as paredes.
Como já vimos, as casas não tinham janelas, mas se
abriam para um pátio central, os romanos antigos pintavam janelas de faz de
conta “se abrindo” para cenas requintadas.
Os estudiosos da pintura existente em Pompéia
classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.
- Primeiro estilo: as paredes das dalas eram recobertas por uma camada de gesso pintado, dando a impressão de placas de mármore.
- Segundo estilo: os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural.
- Terceiro estilo: eram as representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes.
- Quarto estilo: era painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.
ESCULTURA
Os romanos eram grandes admiradores da arte grega,
mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e
práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um
ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os
homens da sociedade. Mais realista que idealista, a estatuária romana teve
seu maior êxito nos retratos.
Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as
artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo
da decadência do Império Romano que, no séc. V, precisamente no ano de 476,
perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores
germânicos.
MOSAICO
Partidários de um profundo respeito pelo ambiente
arquitetônico, adotando soluções de clara matriz decorativa, os mosaístas
chegaram a resultados onde existe uma certa parte de estudo direto da natureza.
As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a
duração dos materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecer sobre a
pintura. Nos séculos seguintes, tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação
das primeiras igrejas cristãs.
O mosaico também foi muito utilizado na decoração
dos muros e pisos da arquitetura em geral. Muitos eram figuras bastante
confusas. Num deles, um olho medindo quatro centímetros, foi composto por
cinquenta cubinhos minúsculos. Era comum ver-se o mosaico de um cachorro nas
entradas das casas, com a inscrição Cave Canem (cuidado com o cão).
ATIVIDADES
01 - Representações fiéis da realidade e valorizou
a delicadeza dos pequenos detalhes. Esse estilo se enquadra na pintura romana
no:
a) 1ª estilo
b) 2ª estilo
c) 3ª estilo
d) 4ª estilo
e) 5ª estilo
02 - A técnica de pintura utilizada pelos romanos
recebia seu nome em relação ao processo que era usado na sua composição. Que
técnica era esta?
a) Pintura a Óleo
b) Técnica em gesso
c) Encáustica
d) Afresco
e) Técnica do ocre
03- Como se chama o recurso arquitetônico
desconhecido pelos gregos e egípcios, mas transmitidos aos romanos pelos
etruscos:
a) arco e abóbora
b) abóbora e arcu
c) habóbada e arco
d) arco e abóbada
e) bóbada e arcco
04 - Na estatuaria romana, a característica dá-se
pela:
a) representação idealizada e bela das pessoas;
b) representação fiel da realidade e das pessoas;
c) representação detalhada das imagens e seres;
d) representação de motivos tribais com precisão;
e) representação distorcida da realidade observada.
05 - Fazem parte das inovações romanas:
a) arco, flecha, cimento e colunas dóricas;
b) arco, abóbora, cimento e colunas decorativas;
c) arco, abóbada, concreto e colunas jônicas;
d) arco, abóbada, concreto e colunas decorativas;
e) arco, abóbora, concreto e colunas decorativa
06-Os
estudiosos da pintura existente em Pompeia (Roma) classificam a decoração das
paredes internas dos edifícios em quatro estilos. Qual dos estilos abaixo é
INCORRETO.
(a)
recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava
impressão de placas de mármore.
(b)
Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas
abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um
grande mural.
(c) Os
artistas pintavam representações abstratas da realidade e valorizavam detalhes.
(d)
representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes.
(e)
um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de
obra grega, imitando um cenário teatral.
07-
Questão: Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) em relação à arte da Roma
Antiga.
a)
Os escultores romanos representavam não só as características físicas das
pessoas, mas também um ideal de beleza.
b)
Os artistas romanos não realizavam nenhum tipo de pintura.
c)
Nas construções romanas, os arcos tinham uma função meramente ornamental, não
possuindo, então, função estrutural.
d)
Os romanos foram grandes apreciadores da arte do mosaico.
e)
Existem apenas duas cidades do Império Romano nas quais a arte, e mais
especificamente, a arquitetura e o urbano podem ser apreciados, a saber, Herculano
e Pompeia.
(a)
a, c, d
(b)
c, d, e
(c)
c, d
(d) a,
d, e
(e)
b, e
08-
Questão: A arte romana sofre uma forte influência da arte etrusca popular e
voltada para a expressão da realidade vivida. Marque a alternativa que
apresenta legados culturais que os etruscos deixaram aos romanos nas
construções.
a) O
arco e a abóbada.
b) O
arco e a coluna.
c) A
abóbada e o frontão.
d) O
frontão e a coluna
e) O
frontão e o arco
09-.
A imagem abaixo se refere à qual
edificação romana?
a)Termas. .
b) Aqueduto
c) Teatro
d) Coliseu.
e)Templo
Gabarito
ARTE ROMANA
|
|
1ª
|
C
|
2ª
|
D
|
3ª
|
D
|
4ª
|
B
|
5ª
|
D
|
6
|
C
|
7
|
D
|
8
|
A
|
9
|
D
|
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